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domingo, 31 de maio de 2009

CRIANÇA


Criança essa que riu a dar seus primeiros passos;
Que viu em seus sentimentos de receio a chegada da menina de olhos negros;
Que aprendeu a amar e ajudar;
Que obteve seus primeiros resquios de responsabilidade com seu cachorro, que em seus sonhos virava seu cavalo alado e a menina morena, uma guerreira imortal que a protegia;
Que gostava da menina morena sempre do seu lado;
Que comemorou seu primeiro feijão cultivado;
Que teve sua primeira perda, seu cavalo alado;
E entendeu que na vida algumas coisas acontecem sem o seu controle, assim ela aprendeu a dar valor a momentos;
Que olhava para a lua e as estrelas todas as noites debruçada naquele peitoril empoeirado da janela, que ao ver dela era imensa e pensava como era o mundo lá fora;
Pintava o mundo com todas as cores existentes e inexistentes, achava o magnífico e supremo;
Onde tudo era fantasia e alegria ;
Queria ser o sol que tudo via ao amanhecer ou então a lua ao anoitecer;
Ela queria saber tudo;
Sonhava com o dia que veria seu cavalo alado novamente, os três juntos, ela, a menina guerreira que enfrentava a tudo e a todos ;
Sonhava em achar todas as respostas, e achava que tinha pelo menos parte delas;
Sonhava com o sucesso, com sua fada madrinha, que chamava de mãe;
Sonhava com o rapaz que logo foi pra longe e o chamava de pai em seus sonhos mais profundos;
Mas algo muito estranho aconteceu, que mudou tudo, o olhar infantil morreu e então a menina cresceu;
E em alguns momentos, mesmo crescida pode se ver o brilho infantil de sua criança interior, quando ela vê algo simples e natural da vida.


Ass; Nayti melo

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